segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Capítulo 22

Vítor deu poucos passos para conseguir chegar até o grande buraco na parede. Não fez muito esforço físico para subir e ficar de pé sobre a janela. Já não se apoiava em nada, suas mãos estavam livres, seu corpo estava livre e tinha a escolha de pular ou não pular.

O vento batia contra o corpo de Vítor de tal forma que dava a impressão de que ele queria impedir a ação de Vítor.

Será que a consciência de Vítor, depois de tudo o que aconteceu, ainda estava pesada?
Que pena! Que pena que ao fazermos algo, nunca lembramos da nossa consciência, não lembramos se ela vai pesar mais ou se vai pesar menos. Só falamos com ela quando nos é conveniente.

É quando nós perdemos o contato com o mundo real que nossa consciência fala conosco. Antes disso, ela só fica vendo o que fazemos. E ela sabe de tudo!

Nem a escada conseguia falar com Vítor. Nem Vítor conseguia falar com a escada.

Então, Vítor saltou por aquela janela, dando início, assim, ao começo de um final que nunca terá fim.