segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Capítulo 5

A viagem foi cancelada e Vítor no dia seguinte ainda estava muito triste com a morte de Débora. E isso não é nenhuma surpresa para nós.

– Como eu viverei sem ela?

Era o que Vítor se perguntava o tempo todo.

Giovana também se fazia uma pergunta:

– O que está acontecendo com Vítor?

Apesar de pensar a manhã inteira nessa pergunta, Giovana não falou uma só palavra com Vítor.
Toda a família sentou-se na mesa para o almoço.

– Não se esqueça da festa de meus pais, será hoje. Eu estou feliz por você ter cancelado a sua viagem – disse Giovana querendo quebrar aquela má situação em que a família se encontrava.

Vítor simplesmente olhou para os olhos de Giovana e deu um sorriso sem graça. E ela teve a certeza de que algo estava errado.

Depois do almoço, Giovana foi para a casa dos pais e seus filhos a acompanharam. Eles iriam ajudar na preparação da festa.

Vítor passou a tarde inteira sozinho em sua casa. E ainda se fazia a mesma pergunta. Ele pensava que aquela pergunta ele nunca saberia responder. E então chorou.

As pessoas ficam desesperadas quando perdem alguém que amam muito. E nesse momento só o que se tem a fazer é chorar. Chorar pela morte de alguém, não significa que nunca mais veremos a pessoa; significa que vamos encontrá-la num futuro bem próximo, num lugar onde só existe felicidade.

As pessoas quando choram, não choram por tristeza, elas choram de felicidade, mas poucas sabem disso.

E Vítor não sabia.

O barulho da porta da frente fez com que Vítor enxugasse as lágrimas. Giovana havia chegado. Com uma energia positiva disse para o marido:

– Vamos nos arrumar para a festa?

– Tudo bem... – respondeu ele com o mesmo desânimo da hora do almoço.

Giovana notou novamente algo errado, mas foi para a festa como se nada tivesse acontecido.